Pedro Moutinho foi embalado pelo som do fado e cresceu com ele como se de uma herança genética se tratasse. Não há separação entre o fado e o homem que o canta. Existe sim, uma familiar fluidez entre um e outro, natural de quem já se conhece há muito tempo.
CASA D’ÁGUA é o título do novo álbum de Pedro Moutinho. Este disco é o resultado da soma de duas partes distintas mas complementares: CASA e ÁGUA, os nomes dos dois EPs que antecederam a edição do álbum. Servem assim estes dois substantivos elementares para abrigar, por intermédio das suas características, fados e canções.

Em CASA, o fadista embrenha-se nos caminhos do Fado Tradicional para oferecer ao público um registo cru, que lhe é familiar. Em ÁGUA, interpreta canções, fluindo, adaptando e moldando o seu registo tão característico a composições provenientes de outros universos musicais.
Para o ajudar neste desígnio contou com várias contribuições importantes. A ele juntaram-se autores intemporais, e outros, contemporâneos. Colegas fadistas, compositores e poetas, foram os artesãos que lhe teceram palavras e melodias às quais deu corpo e voz. Carlos Conde, Martinho da Assunção, Maria do Rosário Pedreira, Teresinha Landeiro, Pedro Castro, Francisca Cortesão, Mário Laginha, João Correia, Carminho, Filipe Raposo, Amélia Muge e João Monge são alguns dos nomes que constituem o elenco.

Pedro Moutinho não precisa de abandonar a tradição para se lançar em novos voos e isso reflecte a sua identidade enquanto fadista e confere-lhe alento para subir a novos palcos. Esta estreia, em nome próprio, no Teatro Tivoli BBVA é por isso uma consequência natural do seu percurso.